Mateus 23, 1-12

24/03/2011 21:49

 Terça-feira da 2ª Semana da Quaresma

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus

 

 

 Naquele tempo, 1Dirigindo-se, então, Jesus à multidão e aos seus discípulos,disse: 2Os escribas e os fariseus sentaram-se na cadeira de Moisés. 3Observai e fazei tudo o que eles dizem, mas não façais como eles, pois dizem e não fazem.4Atam fardos pesados e esmagadores e com eles sobrecarregam os ombros dos homens, mas não querem movê-los sequer com o dedo. 5Fazem todas as suas ações para serem vistos pelos homens, por isso trazem largas faixas e longas franjas nos seus mantos. 6Gostam dos primeiros lugares nos banquetes e das primeiras cadeiras nas sinagogas. 7Gostam de ser saudados nas praças públicas e de ser chamados rabi pelos homens. 8Mas vós não vos façais chamar rabi, porque um só é o vosso preceptor, e vós sois todos irmãos. 9E a ninguém chameis de pai sobre a terra, porque um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. 10Nem vos façais chamar de mestres, porque só tendes um Mestre, o Cristo. 11O maior dentre vós será vosso servo. 12Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado. - Palavra da salvação.

 

3) Reflexão

* O evangelho de hoje traz uma crítica de Jesus contra os escribas e fariseus do seu tempo. No começo da atividade missionária de Jesus, os doutores de Jerusalém já tinham ido até a Galiléia para observá-lo (Mc 3,22; 7,1). Incomodados pela pregação de Jesus, tinham espalhado a calúnia de que ele era um possesso (Mc 3,22). Ao longo dos três anos a popularidade de Jesus cresceu. Cresceu também o conflito dele com as autoridades religiosas. A raiz deste conflito estava na maneira de eles se colocarem frente a Deus. Os fariseus buscavam sua segurança não tanto no amor de Deus para com eles, mas mais na observância rigorosa da Lei. Confrontado com esta mentalidade, Jesus acentua a prática do amor que relativiza a observância da lei e lhe dá o seu verdadeiro sentido.

Mateus 23,1-3A raiz da crítica: “Eles dizem, mas não fazem”. Jesus reconhece a autoridade dos escribas e fariseus. Eles ocupam a cátedra de Moisés e ensinam a lei de Deus, mas eles mesmos não observam o que ensinam. Daí a advertência de Jesus ao povo: “Fazei e observai tudo quanto vos disserem. Mas não imiteis suas ações, pois dizem mas não Fazem!” É uma crítica arrasadora! Em seguida, como num espelho, Jesus faz ver alguns aspectos da incoerência das autoridades religiosas

Mateus 23,4-7Olhar no espelho para fazer uma revisão de vida. Jesus chama a atenção dos discípulos para o comportamento incoerente de alguns doutores da lei. Ao meditar estas incoerências, convém pensar não nos fariseus e escribas daquele longínquo passado, mas sim em nós mesmos e nas nossas incoerências: amarrar pesos pesados nos outros e nós mesmos não os carregamos; fazer as coisas para sermos vistos e elogiados; gostar dos lugares de honra e de sermos chamados de doutor. Os escribas gostavam de entrar nas casas das viúvas e fazer longas preces em troca de dinheiro! (Mc 12,40)

Mateus 23,8-10Vocês todos são irmãos. Jesus manda ter atitude contrária. Em vez de usar a religião e a comunidade como meio de auto-promoção para aparecer mais importante diante dos outros, ele pede para não usar o título de Mestre, Pai ou Guia, pois um só é o guia, o Cristo; só Deus no céu é Pai; e o próprio Jesus é o mestre. Todos vocês são irmãos. Esta é a base da fraternidade que nasce da certeza de que Deus é nosso Pai.

Mateus 23,11-12O resumo final: o maior é o menor . Esta frase final é o que caracteriza tanto o ensino como o comportamento de Jesus: “O maior de vocês deve ser aquele que serve a vocês. Quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado” (cf. Mc 10,43; Lc 14,11; 18,14).

 

4) Para um confronto pessoal

1) O que Jesus criticou nos doutores da Lei, e em que os elogiou? O que ele critica em mim e o que elogiaria em mim?

2) Você já olhou no espelho?