O CHAMADO

12/08/2011 13:02

 

 

O chamado, quem compreendi o chamado? Se chama, quando se torna íntimo, se torna íntimo quando se conhece, quando se conhece é por que sabe quem é, mas aquele que chama se coloca a espera e aquele que atendi é o que esta atento ao chamado e se coloca a disposição, mas nem sempre é assim. O que chama, chama e o que escuta o chamado responde se quiser. Não sei dizer em que momento de minha vida me senti chamado, só sinto dentro de mim que fui chamado e não existiu algo que fizesse dizer: “foi por esse motivo que escutei o chamado” por que não foi por esse motivo, mas por vários motivos. Acredito que a vocação é um chamado de Deus constante, todos os dias da vida, a cada situação, circunstância Deus nos chama. Lembro-me aos 19 anos de idade saindo de casa para cada vez mais descobrir minha vocação, as pessoas pensam que quando um jovem ou uma jovem saem de suas casas para irem ao seminário ou ao convento elas já são padres ou freiras, mas não são, vocação requer amadurecimento, aprendizagem, desapego, cair e aprender levantar, requer um caminho e uma trilha por onde pisar.

            Também aprendi durante esses dez anos de estudo para me tornar presbítero, que não somos chamados sozinhos, que existem pessoas que nos despertam para esse chamado, não se transforma em padre, mas se faz aos poucos e esse pouco é feito pelo um grande número de pessoas que passaram em minha vida. Quando criança via meus pais com bíblia nas mãos, não sabia que livro era aquele, mas sempre os via com aquele livro e eu também queria ler aquele livro, a criança quer sempre imitar o que os pais fazem. Ganhei meu primeiro evangelho de uma senhora chamada Dona Graça, me lembro bem as palavras que ela me disse, até hoje guardo em minhas recordações: “meu filho, esse evangelho é para você ler e aprender a palavra de Deus” lembro que agarrei com empenho aquele evangelho que até hoje eu tenho.

            Meus pais sempre me levava para os círculos bíblicos e os adultos sempre me pediam para falar um pouco do evangelho. Ao receber o sacramento da crisma me veio a vontade de ser catequista de crisma, passei de 04 a 05 anos sendo catequista e nesse período entrei na sociedade São Vicente de Paulo onde comecei amadurecer minha fé, vi pessoas passando fome, outras sem terem casa onde morar, morando em barracos de papel debaixo de mangueiras, isso sempre me doeu, pois me sentia impotente diante de tal realidade, mas foi nos vicentinos que comecei a perceber a realidade das pessoas mais simples e também foi lá que conheci Antonia Eliene, hoje irmã Bernardina, foi ela quem me falou sobre o sacerdócio, o que era ser um servo de Deus.

            Logo depois comecei a participar dos encontros vocacionais mistos, no colégio das irmãs capuchinhas sendo acompanhado pela Irmã mercês, faziam parte desse grupo, Pe. Rocélio, Pe. Carlos Éder, Irmã Antonia Eliene e outros. Logo depois recebi um planfeto de um amigo, chamado Marcos Aurélio, esse planfeto tinha a propaganda dos missionários redentoristas, li esse planfeto com cuidado e lá percebi algo comum, entre os vicentinos e a congregação do santíssimo redentor “Opção pelos pobres” costumo dizer que foi São Vicente de Paulo que me levou até Santo Afonso Maria de Ligório. Vendo assim o planfeto quis conhecer os missionários redentoristas que fizeram uma missão em Camocim e através de Pe. Matias passei a me corresponder com os missionários.

            Por dois anos recebi a visita em minha casa dos missionários redentoristas sendo promotores vocacionais: Pe. Domingos e Pe. Moésio. Entrei na casa de formação dos missionários redentoristas no ano de 2001 em Fortaleza, de 2002 a 2005 morei em Recife no postulantado onde fiz filosofia, fui para o noviciado em 2006 em Campina Grande – PB um ano de intensa oração e reflexão, no inicio de 2007 professei meus primeiros votos de pobreza, castidade e obediência, de 2007 a 2010 cursei na fase do juniorato em fortaleza e Caucaia no final de 2010 fiz minha profissão perpétua e no dia primeiro de agosto fui ordenado diácono, pela imposição das mãos de Dom José Luiz Salles e no início desse ano fui transferido para Teresina, onde moro com Pe. Tiago, PE Carlos Alberto, Pe. Pedro e Pe. Ricardo João.          

            Portanto, um padre não se faz sozinho, acredito que muitos contribuem para que um padre seja padre e o povo é esse o termômetro, pois ele foi chamado do meio do povo para servir ao povo, acredito que o padre que não serve o seu povo, não é padre, pois as mãos foram ungidas para servir e para o ministério e não para mantê-las escondidas do povo se assim for seu ministério se torna inválido, diante disso peço a Deus para ser um padre do povo e que ele possa me modelar a cada instante, que ele possa me chamar a cada momento e circunstância de minha vida para que como missionário possa está atendo ao chamado do povo de Deus, pois como o barro está nas mãos do oleiro, assim Senhor eu quero está em tuas mãos!